quarta-feira, 15 de março de 2017

Poesia para golpistas de plantão

Canalhas
Por Vinicius Borba

Sou o popular de Veríssimo
Quando junto ao povo
Quase anônimo grito: canalhas!
Pra te escrachar
Eu vomito

Teu escracho não é dever de despeito
Rechaço extraordinário de algum velho aliado
Ou desprezo por tua vitória infame.. não, não.

Teu escracho é dever de Justiça
É o tapa de pelica ao traidor do contrato
Deturpador do sentido básico do sufrágio
É símbolo da tua falta de social substrato
Tua desnuda nutela antidemocrática

O irromper de um grito visceral
De um respiro profundo e gutural
Do Direito calado, do vapor tóxico inalado
Por toda a minha gente

Teu propagar envolvente
De supostas soluções
que se sabem vencidas
Teu propagar estridente
De mentiras deslavadas
Só merecem uma cuspida
Bem bruta, desabusada

Pra te mostrar que tua gente,
Essa mesma gente que grita
Vai denunciar na calçada,
Em cada pútrida esquina
Nos botecos, na Esplanada

Mesmo aturdidos pelo chicote que estala
Tropa do braço, bombas brutais,
tiro nos olhos, a morte que embala
Resistiremos uma vez mais
Do fundo da certeza de nossas almas
Devolveremos a vocês a energia que teu golpe exala
Hipócritas! Sufoquem com seu próprio veneno
Sejam pais de um filho nojento
E assim sendo
cada tímpano lhes explodiremos dizendo: canalhas, canalhas, canalhas!


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