segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Agapop Eternidade: em memória ao Dj Agá, black samba soul e Buda ao mesmo tempo!


Agapop Eternidade
Do teu mano, Vinicius Borba

 
Gildo Antonio Alves, Agá,
seu codinome de samba
Como bom e velho bamba
Que não se deixa calar
 
 
Um surdo agora mudo
Um tantã, repique, tamborim
Um scratch na playlist
Tinha um poste no caminho, acabou tudo
 
 
Agá era daquele jeito
Malemolência carioca do gingado
Levava a Aruc no peito
Mas mantinha o bom do Black emaranhado
 
 
O bom som lhe guiava
Dava o tom da caminhada a cada take
O melhor quadro, câmera, luz, sem fake
Da vinheta a finalização o corte certo comandava
 
 
Um poço de paciência, a paz do Buda que o levava
Uma dor lhe perseguia,
um vazio sem complacência fulminava
 
 
De alguma inconsequência
Claro, todo mundo errava
Neste mundo sem decência
O capital que lhe apertava
 
 
Amizade teve todas as possíveis
Bonachão, amava muito seus filhotes
Coração de leão, sempre foi forte
Pra proteger sua prole, indivisíveis
 
 
Viveu as alegrias que teve para viver
Sofreu as tristezas que teve para sofrer
Sem jamais esmorecer de sua fé,
Manteve o juramento até o final de pé
 
 
Brasiliense nato calango
Filho do Cruzeiro Velho Candango
Manteve um sonho e uma utopia
De comunicador, tocando e vivendo
Proteger a humanidade contra covardia
 
 
Mas como ensinou o mestre, Leão que é leão
Não morre caçado ou de causas externas
É de dentro de sua’lma
Que parte a morte que lhe encerra
 
 
Seguimos agora teu juramento irmão
Que em nome de tua memória
E do porvir de teus rebentos
Faremos novo juramento
Para mudar toda essa história
 
 
Na Contra mão, no Sokasamba
Em tua Aruc ou tocando na Árvore
Teu som ecoa sem essa mancha
É a tua harmonia que nos invade
Antônio Gildo Alves
 
 
Aga Pop, nosso cumpade
Nos vemos eternamente por essas andanças
Em cada verso, em cada mantra
É o teu som que nos invade
 
 
Agapop Eternidade
 
 

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