segunda-feira, 16 de novembro de 2015

AGENDA LANÇAMENTOS FORA DA ORDEM_POESIAS DE VINICIUS BORBA

AGENDA LANÇAMENTOS FORA DA ORDEM_POESIAS DE VINICIUS BORBA

 Serviço


 Lançamento do livro Fora da Ordem, poesia de Vinicius Borba

 Agenda de Lançamentos

 Distrito Federal (Entrada Franca)

15/11 – DOM - 16h30 – III Pipocando Poesia – CCBB – Brasília
 
17/11 – TER -  20h00 -  SarauVA – Espaço Cultural Leão de Judá -  Ceilândia N– P-Norte                        EQNP 9/13   (Frente a Feira do P-Norte)

19/11 – QUI - 20h00 – Poesia de Quinta – Espaço Natural, Qd. 104 - São Sebastião DF

20/11 -  SEX – 20h00 - Libertad – Consciência Negra – Casa Frida , Bairro do Bosque, S.S.

21/11 – SAB – 15h00 – Sarau da Consciência Negra - Coletivo Inove – Centro Ed. 01 de                          São Sebastião  (Centrão)

11/12 -  SEX - 19h00 - Sarau na Barbearia Cultural - Guará

12/12 -  SAB -20h00  - Sarau da Tribo - Autêntico Bar - CSA 02 Lote 20 Loja 02
             Taguatinga Sul, BRasília – DF

 São Paulo

23/11 - SEG - [SP] - Encontro municipal de Religião de Matriz Africana

 24/11 - TER - [SP] Sarau da Cooperifa – 20h - Bar do Zé Batidão (Zona Sul)

 25/11 - QUA - [SP] Sarau Samba Original - 20h - Associação Zumaluma, Rua Cerqueira Cesar,                703 (Jd. Santa Teresa) - Embu das Artes - SP

 28/11 - SAB - [SP] Sarau Preto no Branco – 20h - Bloco do Beco – Jardim Ibirapuera (Zona Sul)
 
 29/11 - DOM - [SP] Participação no XVII Encontro Regional de Teatro Amador de Campinas -                 Campinas
 
Goiás

 Dezembro ( Em fase de produção)
 
 Rio Grande do Sul

20/01/16 - Fórum Social Mundial – Porto Alegre 

 Vinicius Borba

 Assessoria de imprensa/ Produção Cultural/ Mestre de Cerimônias
 viniciusbae85@gmail.com
 (61) 3339 0782/ 8551 1075

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Vinicius Borba lança o livro de poesias Fora da Ordem


Debatendo direitos humanos, direitos dos manos -- como define o poeta -- e a realidade das periferias do DF e do Brasil será lançado o primeiro livreto poético hipertextual de Vinícius Borba, o Fora da Ordem. O autor, que realiza saraus há 12 anos pelo Coletivo Radicais Livres S/A em São Sebastião e outras comunidades do DF, chega agora discutindo os extremos das atualidades, a situação do Congresso Nacional e seus retrocessos, refugiados e as violações de direitos em curso. O lançamento inicial ocorre no Centro Cultural do Banco do Brasil pelo Projeto Pipocando Poesia, no próximo dia 15, e tem uma agenda de espetáculos marcados em outros eventos na comunidade do autor e cidades do DF, além de agendas em São Paulo, Rio Grande do Sul e Goiás.

Foto: Ana Rabelo_Coletivo Palavra
Dentre as poesias do livro, textos como “Não me representa” (http://bit.ly/1MCktzO) marcam a ácida crítica política ao atual cenário do país, lembrando as conseqüências eleitorais dos usos dados aos atos das Jornadas de Junho, que agitaram o Brasil. Noutras como no poema “Pois sou poeta” (http://bit.ly/1PqA9vc), Vinicius relaciona espiritualidade e profecias apocalípticas com o fato de ter tido filhas em tal época, brincando com sua realidade e com os receios que pairam sobre a humanidade nesses tempos. Escreve também sobre a realidade de São Sebastião, comunidade onde vive e constrói sua trajetória, mesclando o amor a sua cidade e denúncia das agruras da violência contra a juventude de uma das comunidades ainda aturdidas pela guerra de gangues.


“Procurei debater do meu ponto de vista essa história toda, esse processo de lutas e aflições pelas quais temos vivido e passado, sem muitas vezes refletir sobre o dia a dia e nossas histórias humanas para além da politicagem. Discuti também temas como a Juventude, na qual muita gente deposita confiança para a renovação de um planeta em crise, mas que nem sempre está preparada para enfrentar tais desafios sem o risco de se corromper”, afirma o poeta. Para ele, estar “Fora da Ordem” hoje é buscar práticas, valores sustentáveis e uma nova consciência em todos os aspectos, mas especialmente no trato uns para com os outros, combatendo preconceitos e lutando por direitos.

Para Vinicius, que viveu as lutas populares dos últimos 13 anos do DF, desde o Movimento do Passe Livre, passando pelo coletivo Radicais Livres S/A com o qual realizou mais de 300 saraus pelas periferias do DF e em São Sebastião até as Jornadas de Junho, o momento é importante para reflexão e debate sobre os valores humanos. A dignidade da vida é o motivo pelo qual abordou temáticas de direitos humanos. “Como morador de perifa e jornalista atuei nestas áreas, assim como assessor e militante em direitos humanos. Acho que o mundo pode sim viver com mais amor. Mas terá ainda que aprender a dar controle a suas violências e ganâncias para chegarmos lá”, acredita.

Um dos textos trata de sua história de amor com a professora, contadora de história  e musa, Francineia Alves, no texto Sarau Enamorados (http://bit.ly/1MCkDaq). Num tom cômico ele comenta como encontrou a esposa em três saraus seguidos até o desfecho com sua “Dulcineia”.
Carlione Maria Ramos_ilustrações
 Fora da Ordem

Lançamentos nacionais
Os lançamentos ocorrem a partir do III Pipocando Poesia no CCBB, dia 15 e seguem com vários espetáculos e intervenções nas satélites do DF e saraus das comunidades. No dia 22 de novembro inicia lançamentos em São Paulo, até o dia 30, rodando alguns municípios do interior e principais saraus da periferia da capital, além de lançamentos em Goiás em dezembro e no Rio Grande do Sul, terra natal do autor no Fórum Social Mundial, em janeiro.

Hipertextualidade
Além de impresso o livro será lançado também para download gratuito pela internet, em versão hipertextual, na dinâmica da Arte de Interface, como definido pelo Coletivo Palavra, com o qual o poeta também atuou. Vários links de reportagens, vídeos, músicas e outras influências do autor serão ali dispostas para debate e ampliação de sentido dos poemas. (A partir do dia 15 no link ( http://issuu.com/viniciusborba0 ).

Ilustrações
As ilustrações são de Carlione Maria Ramos, artista plástica mineira radicada no DF, especialmente em São Sebastião. A artista iniciou sua produção em artes visuais com materiais reciclados do lixo, e hoje cursa design e artes visuais na Universidade de Brasília (UnB), com belíssimas obras como os ensaios em grafite que ilustram o livro Fora da Ordem.

Ficha técnica
Fora da Ordem - Poesias e diagramação: Vinicius Borba; Ilustração: Carlione Ramos; Capa: George Gregory - 1ª ed. - São Sebastião - Brasília (DF): Ed. do Autor, 2015. 36 p.; 21x14 cm.
1. Poesia. 2. Literatura Divergente. 3. Resistência rimada.


Acompanhe pelas páginas 
http://issuu.com/viniciusborba0 (Versão hipertextual para download)
www.viniciusborbablogspot.com
Facebook.com/PoetaViniciusBorba


Serviço
Lançamento do livro Fora da Ordem, poesia de Vinicius Borba
Ilustras Fora da ordem_Carlione
Maria Ramos
Agenda de Lançamentos

Distrito Federal (Entrada Franca)
·      15/11 – DOM - 16h30 – III Pipocando Poesia – CCBB – Brasília
·      17/11 – TER -  20h00 -  SarauVA – Espaço Cultural Leão de Judá -  Ceilândia N– P-Norte EQNP 9/13 (Frente a Feira do P-Norte)
·      19/11 – QUI - 20h00 – Poesia de Quinta – Espaço Natural, Qd. 104 - São Sebastião DF
·      20/11 -  SEX – 20h00 - Libertad – Consciência Negra – Casa Frida , Bairro do Bosque, S.S.
·      21/11 – SAB – 15h00 – Sarau da Consciência Negra - Coletivo Inove – Centro Ed. 01 de São Sebastião (Centrão)

São Paulo
24/11 – TER- [SP] Sarau da Cooperifa – 20h - Bar do Zé Batidão (Zona Sul)
28/11 – SAB- [SP] Sarau Preto no Branco – 20h - Bloco do Beco – Jardim Ibirapuera (Zona Sul)

Goiás
Dezembro ( A confirmar, em fase de produção)

Rio Grande do Sul

20/01/16 - Fórum Social Mundial – Porto Alegre 

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Sarau Enamorados, do livro Fora da Ordem

Carlione Maria Ramos
Por Vinicius Borba

 A vejo... no sopé da porta.
 E penso se peço beijo,
 Não peço, não posso.
 Beijo não se pede, se rouba!

A vejo... num Sarau Alternativo.
E penso se tento a sorte?
Mas olho... Tem macho à roda.
E meço palmo a palmo a largura dos ossos...
Pois vai que o tal corno se incomode.. Hum!
Minha vida? O pouco que me resta?
Sempre tive o tal medo da morte
E mais vale um covarde vivo,
Que o herói presunto besta, no pacote.

A vejo, num Sarau da Tribo.
Até que o mosca véio... quase não varejeira...
Quase não varejeirava!
Mas tava todo no prumo,
As tranças trançadas, no rumo,
Daquela que então me bicava:

E zóia eu. E zóia ela...
E um tal de não sei qual foi
que inventei de ir na mesa mais perto da dela,
E soltar uma piscadela
Para ver se não tinha jeito.

Pra quê!??

Pois começa então
Aquele tal de forró,
Bom de agarrar e não mais ficar só.
Que fui me desavexar..
Pois já tava só o pó,
Mas não tinha a cara de chegar.

Tumei três quatro goro,
Foi que então eu me enfezei:
-- Agora eu chego nessa mulher!
E a ela me projetei.
E a cada passo que eu dava...
O intestino soprava (...)
E o frio me arrefecia.
A menos de um metro e meio do “rela bucho” do amor...
Sentei na cadeira outra vez.

O zóin dela chega entristece.
Pois não é que num só passe,
sua pele se enrubece
Enchendo de indignação
Me pega pela mão
 Puxa para ralar... E disse:
--Bora dançar, Cabra frouxo!
Eu disse: -- Arrocha!
Bote a mexer os cachos
Que é hoje que eu tiro o atraso!

Pra quê?!

Pois foi no Riacho Fundo II,
Que fui confirmar minha sina.
Duas semanas depois lá estava,
Tão linda, tão bela, Dulcineia!
Num frevo dos cumpade comum,
Que abonam a nossa história.

E desde então é assim,
No susto do início,
Na certeza do agora,
Um sentimento que cresce no peito
E neste frenesi
Dos acontecimentos
é que a gente Se enrosca,
se ama, se namora.

E dou gritos a desvairada patuleia:
--Moças de meu passado próximo!..
Convivas da esbórnia e boemia.
A primeira dama... já está de posse!
Dulcineia, Dulcineia, Dulcineia!
E que venham os moinhos de Cervantes!

Pois sou poeta, do livro Fora da Ordem

Arte capa: George Gregory
Por Vinicius Borba

Pois sou poeta rapaz,
Nunca que ninguém lhe disse?
Poeta de rua, poeta da noite,
Da favela, da taverna
contra o açoite, de tantos outros como eu

E em tempos de fim de mundo
Apocalipses pré-colombianos
Antes de entrar em paranoias
Fiz foi trazer duas joias
Pra poder logo com tudo

Trouxe foi duas meninas ao mundo
Enquanto covardes diziam:
-- Olha a crise! Olha a bolsa?!
Lá estava eu fazendo menino, sem medo da calvície
Pois sou poeta rapaz, nunca que ninguém lhe disse?

Que se tem coisa melhor
Que trazer menino ao mundo
Nunca que vi, nem to pra essas mesmices

E trouxe logo foi duas gatinhas,
Que foi pra passar a régua
Manu e Milena, meus dois melhores poemas

Se algo de fato me assusta? Para com o futuro de minhas crias??
Hum, vejamos...
Pode a bíblia estar certa...?
Não!
Podem os Maias estar certos??
Não, não, não.
Pode o InriCristo estar certo?
Nããããoooo!

Tudo que sei é que,
Se tenho algum medo por minhas crias
Por minha prole querida
É que o mundo não mude
É que jornalistas não furem seus chefes e edições
Que professores não amem suas profissões
Que nós da favela nos matemos,
antes de enfrentar os patrões

Que cada poeta em seus corações
Se neguem a gritar seus versos
Se neguem a riscar verdades cruas
Que junto ao povo não invadam as ruas
E tomem a unha o que lhe é de Direito
Por que liberdade conquistada
É o único caminho
Pra quem tem espírito de luta
E se com papel e pena
Fazemos nossa labuta
Então que se grite
E pras novas gerações registre e ensine
O peso de nosso fardo, missão, sacerdócio, calvície
Pois sou poeta rapaz! Nunca que ninguém lhe disse

Não me representa, poema do livro Fora da Ordem

Por Vinicius Borba, no livro Fora da Ordem

Não me representa foi o grito
Das ruas de martírios
Sob fogo, bombas, tiros
Una voz a ecoar

Na difícil unidade
Tantas gentes, multidão
Manipulada por maldade
Promoveu a confusão

Elegeu fruto do medo
Um Congresso reação
O mais mais desde os milico
Muito menos representativo

Vou dizer o que eu sinto
O que não me representa
Vou lembrar porque gritei
Em junho de nosso alerta

Não me representa o pastor que guia lobos
Que se diz fiel em Cristo
Endemoniza o inimigo
Mantendo conta na Suiça
Abraçado em traficante
manda expulsar mãe de santo
Lavando dinheiro do dízimo
Manipulando a boa fé,
rasgando o Livro
E destruindo o que restou da política
Não me representa
o coronel falso moralista
Que deixou alta patente
Por ter grupo de extermínio
Por assassinar minha gente
Pelos becos e vielas
Diz que bandido bom,
é bandido morto
Mas quando defende
a indústria da guerra
Que lhe paga palanque e verbas
Nunca fala das seqüelas
Nunca paga o tanto de velas
Acesas por becos e vielas
Pra velar seus concidadãos
Mais de 50 mil irmãos,
todos os anos
Genocídios comandados
Por seus gabinetes Comandos

Não me representa
o gabinete do Doutor
Que aliena minha saúde
Que depois corta
meu plano de morte
Sem pensar em nossa dor
Que precariza o público hospital
E perdoa a baita multa
das empresas no final

Não me representa o sonegador
Que exige Estado Mínimo
E que se fodam
os direitos dignos
Terceirizam,
precarizam o trabalhador
Desde que seu lucro
esteja sempre garantido

Não me representa
o coronel de gravatas
Que deixa as fazendas e vacas
Pra pregar que sua produção salva vidas
Mas por trás
forma milícias
Para matar índio inocente
Persegue como cães os parentes
Pra exportar nossas feridas

Não me representa
esse ódio raivoso
Contra as lutas populares
Que há anos promovem justiça
Por direitos basilares
Renegam as nossas conquistas
Acusam de terroristas
Por termos um ideal
Reclama que paga imposto
Enquanto trabalhador  rói o osso
De seu luxo capital


Não me representa
o jornalista valente
Que ao povo diz que defende
E ao som de gritos fortes
De teatro em frente à câmera
e alguns fricotes
Promover o ódio pretende
Prega alto o olho por olho
E com todo mundo caolho
Exige dente por dente

Essa tal plutocracia
Está mais para inferno astral
Mas já sei o que tem que acabar
Que os liga
e destrói toda gente
É o financiamento empresarial
É o investimento eleitoral
Que compra até o presidente
É pensar que empresa vota
Como se fosse consciente

Empresa que doa
só pensa lucro
Mas pra quem quer
mudar isso tudo
Tá decidido e sustenta
Já chega de covardia
Quero mais democracia
Horror às oligarquias
Isso não nos representa