Por Vinícius Borba, direto de Porto Nacional -Tocantins nos XI Jogos dos Povos Indígenas
Num lindíssimo entardecer, sob as bênçãos dos ancestrais e do calor do sol de Tocantins, cerca de 500 indígenas e não-índios se reuniram na praça Nossa Senhora das Mercês, na orla da cidade de Porto Nacional (TO), onde foi realziada a Cerimônia de Acendimento do Fogo Ancestral Indígena, primeira atividade oficial da XI edição dos Jogos dos Povos Indígenas. No local, os povos Mamaindê (MT), Terena (MS) e Karajá da Ilha do Bananal (TO), para celebrar com a chama da tradição e do esporte indígena o início dos trabalhos, neste mega-evento que reúne 40 etnias indígenas em um semana de disputas e competições.
Ao cair do sol, a população local do município começava a se concentrar na praça histórica, diante da igreja centenária, dos padres dominicanos, onde seria acesa a pira com a chama dos Jogos. A beleza do pôr do sol instigava cliques, takes e nem dava chance aos flashes das câmeras e filmadoras, mas mais embevecia aos visitantes, maravilhados com a beleza do deitar do astro-rei, diante das águas do médio Tocantins.
Do outro lado do Rio, na Ilha Porto Real, onde se encontra a Aldeia Olímpica, ponto de concentração dos cerca de 1.300 indígenas participantes do evento, uma equipe da organização do evento, Carlos BP e Nana de Bertioga agilizavam a chegada dos três povos que participariam do acendimento da chama e das primeiras apresentações culturais nesta edição dos Jogos. A expectativa em todos era enorme, e eu como locutor tinha que mediar a sanha de autoridades sedentas pelo palco e a ansiedade que tomava conta de nós da produção e coordenação do evento.
Nesta situação, a praça ficou lotada, e por volta de 19h, início da noite, houve abertura da cerimônia com a chegada pela orla do rio dos cerca de 100 indigenas que participariam da primeira atividade desta odisséia. Os Karajá da Ilha do Bananal, do Tocantins, foram os primeiros a chegar ao local, com seus vistosos cocares. Ao chegar diante da praça lotada, as palmas ressorarm na orla pela força da presença indígena, e sua resistência cultural.
Com os Karajá, entraram também o povo Mamaindê, do norte de Mato Grosso, orientados por um pajé idoso mas seguidos de garotos novos, iolustrando essa sequência da vida e a importância dessa continuidade dos povos. Para completar,. chegaram ao local o povo Terena. Já na orla eles realizaram seus primeiros cânticos tradicionais. Os Terena em si, representaram a dança da Ema, com muito vigor. Dava para ver nos garotos a sensação de responsabildiade. São dois os Terenas que coordenam e idealizaram os Jogos dos Povos Indígenas, os irmãoes Carlos e Marcos Terena, que mantém esta chama acesa.
Por volta de 19h30 houve a tentativa de acendimento tradicional da tocha com o fogo ancestral. O povo Mamaindê trouxe alguns apetrechos de madeira, e com fricção tentaram acender um tufo de palha. Infelizmente, segundo o pajé da tribo, que explicou em sua língua materna naquele momento, a umidade no local prejudicou o acendimento pois molhou a palha usada para o acendimento. Ainda assim, conseguiram acender o material levando, entregando os fogo ancestral tirqado da sabedoria do pajé Mamaindé ao indígena Uirá Karaja, que conduziu aa chama desportiva e tradicional pelas escadas da praça. até o alto do mirante.
De cima da praça, cercado por um publico de mais de 600 pessoas, indígenas, moradores, políticos e mídia, Uirá acendeu a chama do fogo ancestral, dando início simbólico a chegada dos Povos Indígenas brasisleiros na cidade de Porto Nacional.
Instantes depois, os povos começaram sua demonstrações de dança tradicional. Os Mamaindé realizaram a dança da Menina-moça, com a presença de rapazes e moças Mamaindé. Segundo o indígena José Augusto Mamaindé, aquele é o rito de passagem das garotas indígenas. Um momento especial, sob a curiosidade e encantamento do povo de Porto Nacional que pode acompanhar um pouco mais de perto as evoluções daqueles três povos. Mas tem muito mais. O agito está só começando. Hoje à noite, tem a grande Abertura Oficial do evento, com a presença confirmada de cerca cinco ministros de Estado. A viagem apenas começou, que os ancestrais de todos os povos do Brasil estejam conosco, pois nha primeira noite até a chuva deu uma trégua. Que eles continuem atender nossas orações. Vamos aos Jogos
A poesia crônica que cerca tudo e nada, o universo em desconexa crônica e sua inexorável poética cômica. Resultado dos anos de correria de Vinícius Borba, poeta, jornalista, produtor cultural radicado nas satélites do DF. Militando com movimentos socioculturais de periferia, como o Radicais Livres S/A, políticos como MPL e artivista jornalista independente, este inquieto repórter e agitador faz espaço considerações e compartilha oportunidades, boa arte e impressões sobre mundo.
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