O terceiro dia de atividades da XI edição dos Jogos dos Povos Indígenas foi animada com muito futebol, masculino e feminino, além das emocionantes provas de arremesso de lança e cabo-de-força. A tarde e noite também foram coroadas pela demonstração da luta corporal das mulheres Bakairi, que demonstraram o tradicional Yamuricumã, e ainda fizeram dança tradicional em homenagem e luto ao jornalista da Rede Bandeirantes assassinado no Rio de Janeiro no último domingo. Além das atrações indígenas, um não-índio também trouxe bom som à noite da arena, no show do grande músico brasiliense, Kiko Perez (ex-Natiruts), que trouxe uma mostra de seu trabalho.
As atividades seguiram na segunda desde as 8h com muito futebol indígena nos campos e estádios da cidade de Porto Nacional, onde ocorrem os Jogos dos Povos Indígenas de 2011. Nesta edição, várias nações inscreveram seus times e as partidas do futebol masculino ocorrem no Estádio Municipal General Sampaio e ainda no Centro de Treinamento Nego Júnior, onde ficam as disputas das mulheres indígenas. Só non masculina, mais de 18 partidas já foram realizadas. Nas disputas masculinas, destaque para a vitória dos
jogadores Pataxó, do sul da Bahia, sobre os Kaiapó, do Pará. A disputa foi acirrada, mas apesar da resistência dos Kaiapó, os Pataxó tiveram força para levar a vitória. Este povo que venceu venceu as competições de futebol masculino na última edição dos jogos, realizados na cidade de Paragominas (PA), e são fortes candidatos a vitória em mais esta edição.
Na parte da tarde, a Arena Central foi retomada com as atividades de esportes tradicionais e apresentações
culturais. Passava das 17h quando teve início a prova de arremesso de lança, com 28 povos inscritos. Os guerreiros tinham direito a três arremessos, com lanças de diferentes tamanhos e pesos, o que garante a igualdade para os participantes que também tem diferentes capacidades. Foram cerca de 14 lançadores nesta primeira fase, dos quais cinco se classificaram para a grande final a ser realizada no próximo sábado.
Quarta-feira ocorre a segunda fase classificatória.
Logo na sequência, houve a lembrança e homenagem dos povos indígenas ao jornalista da
rede Bandeirantes, Jalson, assassinado no último domingo. Depois de feito um minuto de silêncio na Arena, as guerreiras Kamaiurá dançaram e cantaram em homenagem ao jornalista.
Pouco depois, houve a demonstração das indígenas Kura Bakairi, do esporte de luta corporal feminino da mulheres. É a prática de Yamuricumã, mantida também por diferentes povos, como os Kamaiurá. Essa cerimônia é realizada pelas mulheres indígenas uma vez ao ano, e se preparam colhendo pequi durante cerca de três meses antes para a realização da festa. No dia da festa Yamuricumã, as mulheres ganham total poder dentro da aldeia, podendo xingar, humilhar seus homens, e até agredí-los fisicamente, além de serem a chefes da aldeia. As mulheres Bakairi demonstraram a prática de luta entre elas na Arena. O objetivo é tocar na parte de trás da coxa da concorrente, ou ainda derrubá-la.
Pouco depois começou a disputa de cabo de força. Vários grupos concorreram na batalha, que durava cerca de três minutos de muita tensão. Vários povos guerreiros como os Gavião Parakatejê tiveram a vitória e festejaram com suas danças e cantos na Arena.
Na sequência, houve o show do músico brasiliense, Kiko Perez, ex-guitarrista da banda Natiruts. Kiko, dono de forte personalidade fez duas músicas, som instrumental, e apresentou uma novidade de seu trabalho. Ele está produzindo versões reggae com músicas do guitarrista e grande solista Jimi Hendrix e deu uma palhinha para várias nações indígenas presentes. Ele recordou que Hendrix, falecido aos 27 anos, era neto de uma indígena Xeroki, dos Estados Unidos, e por isso a ligação apesar da distância das culturas.
A poesia crônica que cerca tudo e nada, o universo em desconexa crônica e sua inexorável poética cômica. Resultado dos anos de correria de Vinícius Borba, poeta, jornalista, produtor cultural radicado nas satélites do DF. Militando com movimentos socioculturais de periferia, como o Radicais Livres S/A, políticos como MPL e artivista jornalista independente, este inquieto repórter e agitador faz espaço considerações e compartilha oportunidades, boa arte e impressões sobre mundo.
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