quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Poesias em Preto no Branco: TamoVivo pela cultura

A resistência periférica ganha novos contornos em São Paulo, mais especificamente no Jardim Ibirapuera, onde o Coletivo Tamo Vivo lançou sua coletânea poética, Poesias em Preto no Branco. Fruto da produção do Sarau Preto no Branco, que celebrou dois anos de existência no último dia 20 de dezembro de 2014, eles seguem agitando com o estudo como escudo, o conhecimento que liberta e a poesia que salva vidas. Assista e veja como foi essa celebração especial!



quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Artista reúne ritmos quentes do caribe com levada de jazz em seu primeiro disco

Influenciado pelo ritmo quente do Caribe Venezuelano, misturado com a levada Pop do Jazz, Blues, Rock e do Reggae tocado na Guiana e na Costa Rica, Lucas Soledade traz pra capital do país, sua terra natal, seu novo disco, Alcalina. Após três anos de shows pelo Rio de Janeiro, além de (Uberlândia, Salvador, Boa Vista, Pacaraima, Olhos D'Água e outras cidades), o músico apresenta pré-lançamento no Feitiço Mineiro pelo projeto Laboratório/Show, dia 10, e realiza lançamento do disco completo no Teatro Mapati em 21 de novembro. Em janeiro a obra deve correr mundo com espetáculo também em Roraima, onde tudo começou.

O álbum traz canções que retratam algumas das vivências de Lucas quando de sua passagem por Roraima, onde o jovem ator realizou oficinas teatrais e acabou tomado pela paixão musical do movimento cultural Clã Cabôco do Marabaixo, corrente artística que reúne poetas, letristas e músicos do extremo norte do país. Como fruto de parcerias dessa época e de sua temporada também com espetáculos cênico-musicais no Rio de Janeiro ele fecundou o disco Alcalina, com 11 faixas. A apresentação promete muitas emoções em sua musicalidade envolvente retratando as paixões, vivências amazônicas e boemia do cantor, que gravou o disco em 2013 pelo Fundo de Apoio à Cultura (FAC) e lança a obra em 2014 sob supervisão técnica e gestão da Villa-Lobos Produções.


Os shows
Para o mês de novembro, Lucas faz pré-lançamento no Laboratório/Show, projeto do músico Eduardo Rangel, no Feitiço Mineiro, dia 10 de novembro, numa versão "pocket" do show. O lançamento ocorre com banda completa e participação especial nas projeções e direção artística de Gerson Deveras no Teatro Mapati na 707 Norte no dia 21. Intervenções cênicas de Lucas, que também atua e dirige, devem permear o espetáculo, já que é no tablado onde iniciou sua carreira que o músico apresenta sua nova performance sonora.

A obra
Com canções como Alcalina, que dá nome à obra, e Mar a Dentro, Soledade retrata algumas de suas vivências ribeirinhas amazônicas e essa busca de equilíbrio por sua musicalidade. “Um organismo alcalino é normalmente equilibrado, harmônico, ao mesmo tempo que energético e forte, como nossas paixões e humanidade precisam e tento expressar em minha música”, relata o cantor. Na canção Fofoca de Luiz, o artista conta a história de um personagem real, amigo de tantas noites na capital Boa Vista, quando no retorno de uma noite de cantoria e curtição pescando no Rio Branco, vivenciando as graças que só a vida ribeirinha pode demonstrar a quem dela desfruta.


Serviço
Shows Lucas Soledade – Alcalina

Pré-Lançamento
Lucas Soledade no Laboratório/Show - Feitiço Mineiro (306N)
Segunda-feira – 10/Nov - Ingresso promocional R$10 - Reservas: 61 3272-3032

Lançamento do disco
Lucas Soledade Alcalina no Teatro Mapati (707 Norte, Bloco K)
Sexta-feira – 21/Nov – Ingresso R$ 40 (inteira) / R$ 20 (meia)
Ingressos no local ou pelo telefone (61) 9200 0101  

Classificação indicativa: 12 anos

terça-feira, 15 de julho de 2014

Jorge Ben Jor no Açougue Cultural T-Bone: reportagem Vinicius Borba

Com apoio dos cinegrafistas e editores Bruno Piui e Fabiano Morari, produzimos essa reportagem no Açougue Cultural T-Bone. Ben Jor pôs o público a pular demais invadindo com milhares de corações o estádio da 312 Norte, frente ao Açougue Cultural T-Bone. Agradecimentos sinceros a Luis Amorim, culpado deste tanto de arte na cidade.

quinta-feira, 10 de julho de 2014

TV para tod@s: Lei da Mídia Democrática já!

A Lei da Mídia Democrática é o caminho para democratização dos espaços de TV Aberta no Brasil. Enquanto só TVs guiadas diretamente pelo poder do capital financeiro comandarem nossas comunicação por televisão o país continuará caolho, e com graves dificuldades para entender os diferentes lados e possibilidades das mesmas questões. O vídeo Aprendendo a Dividir, recém lançado pelo Coletivo Intervozes explica bem essa história. Você já viu? Então vamos aprender a dividir que o Brasil fica maior.
Para saber mais acesse www.paraexpressaraliberdade.org.br 

segunda-feira, 30 de junho de 2014

O direito de sonhar, o direito humano básico a que tenho me dedicado

O primeiro livro que li de Eduardo Galeano, muito diferente da maioria que segue pelas obviedades com o histórico As Veias Abertas da Mérica Latina, foi na verdade um livro belíssimo chamado "Úselo y tírelo", em tradução livre "Use-o e Descarte-o". Este livro, obra que tive a graça de ler em espanhol muito me ajudou a entender do que eram feitas as atualidades e o que era ou não a tal sustentabilidade, tão discutida. Não tenho mais aquela obra, de que muito lamento. Mas foi nela que li pela primeira vez a fala sobre UTOPIA, que Eduardo descreve lembrando a resposta do autor e seu companheiro Fernando Birri quando em uma palestra foram questionados a cerca da utilidade da UTOPIA. Neste vídeo, não só a lembrança do trecho como a resposta maravilhosa e uma de suas pérolas em palabritas, como afirma o poeta.

quarta-feira, 11 de junho de 2014

ARTE NÃO É CRIME: Em apoio ao balaio Café e pela ação artística nos bares do DF: Abaixo a repressão!

ARTE NÃO É CRIME !! MÚSICA NÃO É POLUIÇÃO!

Pela urgência em manter as atividades musicais do Balaio Café e as atividades culturais da Casa.

Se apoio assine URGENTEMENTE CLICANDO AQUI 

Mesmo com a licença de funcionamento que permite atividades musicais no local, para música ao vivo e/ou mecânica (alvará de funcionamento), o Balaio teve arbitrariamente e incisivas vezes, órgãos do poder público atuando pela extinção da cultura e da música no local.

Sabemos que a garantia dos Direitos Culturais está prevista na Constituição Federal, Declaração Universal dos Direitos Humanos e até nas diretrizes do Poder Executivo em âmbito Federal e Distrital. O direito às liberdades, ao ir e vir, à cultura, diversão e lazer são conquistas cidadãs inalienáveis. E inclusive o direito ao trabalho.

Ocorre novamente em Brasília uma estranha perseguição aos bares e à vida cultural urbana e noturna. Esta petição é a favor das atividades do Balaio Café, respeito a frequentadoras e frequentadores, trabalhadoras e trabalhadores e fornecedoras e fornecedores. Respeito ao território que já virou patrimônio cultural do DF e tesouro intangível de nossa sociedade. Patrimônio econômico, social e político, também.

Exigimos garantia do funcionamento dessa Casa de Cultura: atividades cineclubistas, a capoeira de angola, o samba de raiz, as reuniões e oficinas de movimentos sociais e populares. As intervenções artísticas e mostras de artes visuais, os saraus e a poesia.

Nos espanta que a música tenha sido sacrificada pelos valores de uma ditadura moralista que isola e teima em silenciar as existências livres, criativas e solidárias na capital.

Em 9 de janeiro de 2014, às 16h, um aparato gigante de agentes da secretaria de segurança pública e do Instituto Brasília de Meio Ambiente (IBRAM) invadiram o local, fotografaram as instalações e colaboradoras/es e decretaram interdição de qualquer tipo de emissão sonora e multa de R$ 5 mil. Alegando poluição sonora, cuja aferição é questionável, assim como a absurda lei do silêncio que vigora no DF, que causou a articulação da classe artstica e proprietárias e proprietários de estabelecimentoa para a criação do movimento "Quem Desligou o Som?” (https://www.facebook.com/quemdesligouosom).

Em 31 de março de 2014, a gestora da Casa foi a uma audiência na instância criminal da Justiça do DF responder à acusação do crime de perturbação da ordem. Na ocasião, a autora da ação, moradora de quadra vizinha ao Café, alegou que:

1) haveria música de “macumba” num dia em que o bar enche de preto;

2) não teria onde estacionar (a rua do Balaio tem várias lojas e estabelecimentos comerciais de diversos segmentos e horários de funcionamento);

3) não queria ver relações homoafetivas próximas à sua residência;

4) existiriam mulheres usando shorts;

5) houve a festa do 8 de março, Dia Internacional da Mulher;
6) os frequentadores seriam de um nicho de gente que, por circularem próximos à residência dela, desvalorizariam o imóvel onde ela mora;

7) ela iria acabar com “a raça” da gestora do Balaio.
O resultado foi que tivemos que assinar um “acordo” imposto pelo poder judiciário e a acusadora à acusada, no qual a música, a criatividade e o fazer artístico foram ANIQUILADOS, criminalizaram seu trabalho (e de seus funcionárias/os) e lhe aplicaram condições que induzem à violência patrimonial. Tudo isso a serviço dos valores implícitos no pleito da “vítima” (acima citados).

Numa decisão bastante questionável, na qual se confunde a esfera privada com a pública, se desrespeita todo o processo de aquisição do alvará de funcionamento e a própria licença da Casa. Em busca de equilíbrio e tranquilidade para continuar sua missão, o Balaio Café se comprometeu a só fazer música mediante isolamento acústico. E fazer música na parte interna da Casa.

O Balaio Café é um território de liberdades, amor e alegria no Distrito Federal. Localizado no centro da capital do maior país da América Latina, há 8 anos, seu funcionamento é de extrema importância para a vida cultural desta geração.

Os bares são aparatos culturais fluidos, são as esquinas de Brasília. É na mesa de bar que construímos e socializamos idéias, políticas, paixões, composições... a vida cultural genuína sem burocracias, cerceamentos, ingerências e intermediários. Atacar os bares é atacar o imaginário de uma cidade e de seus habitantes.

No Balaio esta força amplifica e além de ser um bar é uma Casa de Cultura. Onde se apoia, articula e fomenta muitas linguagens criativas e artísticas. Nos espanta e assusta, mas principalmente indigna que esses direitos básicos sejam violados, alegando-se poluição sonora. No domingo 20.04.2014, a arbitrariedade do poder publico chegou ao extremo de dar voz de prisão a trabalhadoras da casa e violentar trabalhadores da música que se apresentavam por volta das 20h.

O Balaio é misto de cafeteria, bar e restaurante e tem programação cultural DIÁRIA de 3a a domingo. E muito orgulhosamente de música, que engloba diversos estilos, desde o samba de raiz até as novas vertentes da música. Além de sua importância para o cenário musical brasiliense, o Balaio Café também é um local para o encontro e o fomento ativista e militante do Distrito Federal.

O impedimento de atividades musicais do Balaio tem um tom persecutório, por ser uma casa que sempre apoiou, protegeu e instigou a diversidade. Os danos incalculáveis à classe artística e ao poder popular não podem ficar impunes. Convidamos a compor uma força coletiva que lute por uma cidade mais criativa, colaborativa e humana.

Os males do uso da força são bem significativos. O silenciamento e o isolamento geram danos irreversíveis à saúde psíquica, mental e social de uma geração. Precisamos resistir ou seremos silenciadas/os à força pelos poderes públicos. Pedimos sensibilidade, diálogo, compreensão e compromisso político de gestores do Instituto Brasília de Meio Ambiente (IBRAM-DF) e da Secretaria de Segurança Pública.

Em denúncia e solicitação de atenção e atuação à grave situação de perseguição aos bares e à vida noturna na capital, encaminharemos também esta petição à: Secretaria de Cultura, Secretaria de Micro e Pequenas Empresas, Secretaria de Direitos Humanos, Secretaria de Trabalho, Ministério da Cultura, Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Secretaria da Promoção da Igualdade Racial, Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados, Comissões de Direitos Humanos do Congresso e organismos internacionais correlatos.

http://www.avaaz.org/po/petition/SEOPS_IBRAMDF_Administracao_de_Brasilia/?tEYsvbb

terça-feira, 10 de junho de 2014

Lei Cultura Viva: Assine aqui e faça parte da mobilização nacional pela cultura brasileira


Enormes foram os esforços, ao longo de quase 10 anos, de diversos movimento sociais das culturas do país para que esse momento fosse celebrado. A aprovação da Lei Cultura Viva traz novas possibilidades para trabalhadores da cultura, nos rincões do Brasil. Depois de aprovado no Senado o Projeto de Lei 757/2011 esta na Câmara dos Deputados.


O presidente da Casa, o deputado Federal Henrique Eduardo Alves (PMDB/RN) já se comprometeu durante a V Teia Nacional, o mais importante evento dos Pontos de Cultura, a trabalhar pela sua rápida aprovação.

 *** Cultura e Política para quem precisa


O Cultura Viva propõe um novo conceito de política pública. São as organizações culturais da sociedade que ganham força e reconhecimento institucional ao estabelecer uma parceria, um pacto com o Estado.

Aqui há uma sutil distinção: o Ponto de Cultura não pode ser para as pessoas, e sim das pessoas; um organizador da cultura no nível local, atuando como um ponto de recepção e irradiação da cultura. Como um elo na articulação em rede, o Ponto de Cultura não é um equipamento cultural nem um serviço. Ele é um processo permanente de transformação social. Seu foco não está na carência, na ausência de bens e serviços, e sim na potência, na capacidade de agir de pessoas e grupos, compartilhando soluções para desafios comuns. O Movimento segue atento à tramitação da lei e promete mobilizar atores do setor cultural de todo o Brasil para estarem em Brasília na próxima terça feira, quando o projeto será votado na Câmara dos Deputados.

A Lei prevê que o Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional, apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais, além de garantir uma política cultural permanente do Estado Brasileiro. Com a aprovação e execução da Lei, desburocratizaria o processo de financiamento e simplificaria os procedimentos de prestação de contas para entidades e coletivos formais e informais de cultura. Seria criado um Cadastro Nacional dos Pontos de Cultura, como instrumento pelo qual Estado e sociedade poderiam fiscalizar e acompanhar o repasse e a utilização dos recursos públicos, com transparência e controle social.

 *** MOBILIZE O DEPUTADO DO SEU ESTADO

Participe da mobilização! Ligue e mande email para os parlamentares, principalmente do seu estado e os que voce e sua rede tenham diálogo, pedindo empenho na aprovação do projeto da Lei Cultura Viva e Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil. A transformação do Programa Cultura Viva em Lei Federal está a um passo de ser finalmente consumada. O projeto de lei segue para sua promulgação no Congresso na próxima terça-feira (10/6), onde deverá ser aprovada e levada para a sanção final da presidente Dilma Rousseff.

 -> Assine a Petição da Lei Cultura Viva: CLIQUE AQUI
 -> Clique AQUI e acesse as peças gráficas e publique em sua rede social, site ou blog!
-> Proposta de e-mail para Deputados -> Envie um e-mail e ligue para o Deputado Federal do seu Estado
-> LEIA o Projeto de Lei aprovado no Senado Federal!

 *** Linha do Tempo Entre a idealização do programa CULTURA VIVA e dos Pontos de Cultura já se vão quase dez anos. Ao final de 2004 (mais precisamente às 16 horas do dia 31 de dezembro), já eram 72 Pontos de Cultura, o primeiro deles em Arcoverde, no agreste de Pernambuco.


Depois vieram as ações com jovens Agentes Cultura Viva, Cultura Digital e 82 Oficinas de Conhecimentos Livres (quando ainda mal se falava em Mídia Livre), os Griôs e os mestres da Cultura Tradicional, transmitida pela oralidade, Cultura e Saúde, Interações Estéticas, Pontinhos de Cultura, Pontos de Memória, Pontos de Leitura, Pontos de Mídia Livre, Prêmio ASAS (isso mesmo, para que os Pontos de Cultura ganhassem asas, podendo se equipar melhor, por vezes comprando a própria sede), prêmio Areté (em tupi: dia festivo; em grego: virtude; tudo em uma só palavra) para eventos realizados pelos Pontos de Cultura. As Teias dos Pontos de Cultura, o “se ver e ser visto”.

Tanta coisa. Ao final de 2009 o programa alcançava mais de 8.000.000 de pessoas, em mais de 3.000 Pontos de Cultura em 1.100 municípios (em média atendendo 300 pessoas em atividades regulares, na maioria jovens e crianças, e com 11 pessoas trabalhando, metade voluntários – dados IPEA). Tanta coisa boa e bela foi e continua sendo feita por este país, através da cultura das comunidades, feita de baixo para cima, em que o papel do governo seria garantir meios para que estas comunidades se empoderem cada vez mais, com protagonismo e autonomia. E tudo isso com um custo de apenas R$ 5 mil/mês (R$ 60 mil/ano) para cada Ponto (se bem que já está na hora de aumentar o valor).

Depois de 2011, apesar das mudanças de gestão do Ministério da Cultura a Cultura Viva seguiu viva e os Pontos de Cultura resistiram. Hoje este é um conceito de política pública que se espalha por toda América Latina e agora começa a ganhar a Europa; e já houve um primeiro congresso latinoamericano da Cultura Viva, em La Paz, Bolívia, com mais de 1.200 pessoas de 17 países.

O povo, a gente que faz cultura nos bairros, assentamentos rurais, ruas, favelas, aldeias indígenas e quilombos, os jovens, os velhos, os artistas, seguiram fazendo a Cultura Viva. E agora temos a lei aprovada na Câmara dos Deputados e no Senado Federal. Agora ela precisa ir a plenário e na sequência, ser sancionada pela Presidência da República.

Viva a CULTURA VIVA!
 *** Entre em contato:
FACEBOOK
TUMBLR
Email: culturaviva.lei@gmail.com

sexta-feira, 6 de junho de 2014

Renasce o facismo - de Frei Betto, publicado no Brasil de Fato

http://www.brasildefato.com.br/node/28794 Ao votar este ano, reflita se por acaso você estará plantando uma semente do fascismo ou colaborando para extirpá-la... 06/06/2014 Por Frei Betto Jean-Marie le Pen, líder da direita francesa, sugeriu deter o surto demográfico na África e estancar o fluxo migratório de africanos rumo à Europa enviando, àquele sofrido continente, “o senhor Ebola”, uma referência diabólica ao vírus mais perigoso que a humanidade conhece. Le Pen fez um convite ao extermínio. O ex-presidente francês Nicolas Sarkozy propôs a suspensão do Tratado de Schengen, que defende a livre circulação de pessoas entre trinta países europeus. Já a livre circulação do capital não encontra barreiras no mundo... E nas eleições de 25 de maio a extrema-direita europeia aumentou o número de seus representantes no Parlamento Europeu. A queda do Muro de Berlim soterrou as utopias libertárias. A esquerda europeia foi cooptada pelo neoliberalismo e, hoje, frente a crise que abate o Velho Mundo, não há nenhuma força política significativa capaz de apresentar uma saída ao capitalismo. Aqui no Brasil nenhum partido considerado progressista aponta, hoje, um futuro alternativo a esse sistema que só aprofunda, neste pequeno planeta onde nos é dado desfrutar do milagre da vida, a desigualdade social e a exclusão. Caminha-se de novo para o fascismo? Luis Britto García, escritor venezuelano, frisa que uma das características marcantes do fascismo é a estreita cumplicidade entre o grande capital e o Estado. Este só deve intervir na economia, como apregoava Margareth Thatcher, quando se trata de favorecer os mais ricos. Aliás, como fazem Obama e o FMI desde 2008, ao se desencadear a crise financeira que condena ao desemprego, atualmente, 26 milhões de europeus, a maioria jovens. O fascismo nega a luta de classes, mas atua como braço armado da elite. Prova disso foi o golpe militar de 1964 no Brasil. Sua tática consiste em aterrorizar a classe média e induzi-la a trocar a liberdade pela segurança, ansiosa por um “messias” (um exército, um Hitler, um ditador) capaz de salvá-la da ameaça. A classe média adora curtir a ilusão de que é candidata a integrar a elite embora, por enquanto, viaje na classe executiva. Porém, acredita que, em breve, passará à primeira classe... E repudia a possibilidade de viajar na classe econômica. Por isso, ela se sente sumamente incomodada ao ver os aeroportos repletos de pessoas das classes C e D, como ocorre hoje no Brasil, e não suporta esbarrar com o pessoal da periferia nos nobres corredores dos shopping-centers. Enfim, odeia se olhar no espelho... O fascismo é racista. Hitler odiava judeus, comunistas e homossexuais, e defendia a superioridade da “raça ariana”. Mussolini massacrou líbios e abissínios (etíopes), e planejou sacrificar meio milhão de eslavos “bárbaros e inferiores” em favor de cinquenta mil italianos “superiores”... O fascismo se apresenta como progressista. Mussolini, que chegou a trabalhar com Gramsci, se dizia socialista, e o partido de Hitler se chamava Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães, mais conhecido como Partido Nazista (de Nationalsozialist). Os fascistas se apropriam de símbolos libertários, como a cruz gamada que, no Oriente, representa a vida e a boa fortuna. No Brasil, militares e adeptos da quartelada de 1964 a denominavam “Revolução”. O fascismo é religioso. Mussolini teve suas tropas abençoadas pelo papa quando enviadas à Segunda Guerra. Pio XII nunca denunciou os crimes de Hitler. Franco, na Espanha, e Pinochet, no Chile, mereceram bênçãos especiais da Igreja Católica. O fascismo é misógino. O líder fascista jamais aparece ao lado de sua mulher. Como dizia Hitler, às mulheres fica reservado a tríade Kirche, Kuche e Kinder (igreja, cozinha e criança). O fascismo é anti-intelectual. Odeia a cultura. “Quando ouço falar de cultura, saco a pistola”, dizia Goering, braço direito de Hitler. Quase todas as vanguardas culturais do século XX foram progressistas: expressionismo, dadaísmo, surrealismo, construtivismo, cubismo, existencialismo. Os fascistas as consideravam “arte degenerada”. O fascismo não cria, recicla. Só se fixa no passado, um passado imaginário, idílico, como as “viúvas” da ditadura do Brasil, que se queixam das manifestações e greves, e exalam nostalgia pelo tempo dos militares, quando “havia ordem e progresso”. Sim, havia a paz dos cemitérios... assegurada pela férrea censura, que impedia a opinião pública de saber o que de fato ocorria no país. O fascismo é necrófilo. Assassinou Vladimir Herzog e frei Tito de Alencar Lima; encarcerou Gramsci e madre Maurina Borges; repudiou Picasso e os teatros Arena e Oficina; fuzilou García Lorca, Victor Jara, Marighella e Lamarca; e fez desaparecer Walter Benjamin e Tenório Júnior. Ao votar este ano, reflita se por acaso você estará plantando uma semente do fascismo ou colaborando para extirpá-la... Frei Betto é escritor, autor de “Batismo de Sangue” (Rocco), entre outros livros.

domingo, 25 de maio de 2014

Jornalista venezuelana traz debate sobre situação atual do país

Nesta segunda, 26, 14h no Senado

Qué está pasando en Venezuela?

Para debater a realidade dos atuais conflitos políticos que se abatem sobre o país e discutir as versões repassadas pelos veículos de comunicação sobre os fatos ao mundo a jornalista venezuelana Kaibeliz Maria López participa de diálogo com o jornalista Beto Almeida. O debate e mostra de vídeo ocorre na próxima segunda-feira (26), às 14h no plenário 2, na Ala Nilo Coelho, Senado Federal. O diálogo terá apoio da senadora Ana Rita (PT-ES), presidenta da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado Federal. Para fomentar o diálogo, Kaibeliz apresenta o vídeo "Que está passando en Venezuela?", do projeto de Comunicação Popular da Universidade Popular de Buen Vivir, do Equador.

Segundo a jornalista, o vídeo oferece um cenário mais aproximado do que está ocorrendo como pano de fundo das manifestações e disputas políticas no país. Para Kaibeliz, isso é a repetição de um ciclo, já vivido no período do governo de Hugo Chávez na Venezuela anteriormente. O diálogo deve ocorrer com participação do mediador e jornalista Beto Almeida, um dos idealizadores e fundadores da Tele Sur, canal de integração latino-americana. A atividade será no Plenário 2, do Senado.

O vídeo é esse aqui: https://www.youtube.com/watch?v=ZV9rqU-CRkk

Diálogo sobre situação da Venezuela com a jornalista Kaibeliz Maria López Segunda-feira, 26/5, às 14h Local: Plenário 2, Ala Senador Nilo Coelho, Anexo 2, Senado Federal

terça-feira, 6 de maio de 2014

Dia Nacional de Luta pela Constituinte do Sistema Político será realizado na quarta, dia 7

Massificar a campanha do Plebiscito Popular por uma Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político e atingir os mais amplos setores da população brasileira. São estes os principais objetivos do Dia Nacional de Luta pela Constituinte do Sistema Político, que acontece na quarta-feira, dia 7 de maio.

Todos os comitês estaduais, regionais e locais do Plebiscito Constituinte, espalhados por todos os estados brasileiros, realizarão atos massivos, com foco nas capitais, envolvendo todas as entidades que constroem a campanha e mobilizando todas as regiões.
“Não temos dúvidas que é chegada a hora de levarmos a Campanha pela Constituinte para as ruas e enraizá-la cada vez mais. Este pode ser um momento muito oportuno para apresentar a Campanha para setores que ainda não aderiram à campanha e trazê-los para a luta”, destaca a Secretaria Operativa Nacional do Plebiscito Constituinte.

Ainda no dia 7 de maio haverá uma campanha nas redes sociais (twitter e facebook) a partir das 11 horas com a hastag #EuTenhoVozNaPolítica.

Para saber mais informações sobre os atos que serão realizados em seu Estado, busque informações nos Comitês Estaduais do Plebiscito Constituinte www.plebiscitoconstituinte.org.br/comites. Participe!

domingo, 4 de maio de 2014

"Não gosto muito do #somostodosmacacos", diz Daniel Alves sobre campanha


Finalmente Daniel Alves dá uma dentro e corrige a cagada de Neymar e seus publicitários. Hoje ele afirmou com exclusividade ao Ibahia que não gostou da campanha publicitária infeliz #somostodosmacacos. Estou até agora embasbacado com o total silêncio do programa Esquenta na semana passada, em relação a violência policial no caso do DG, que estivesse onde estivesse foi baleado pelas costas e assassinado. Hoje fiquei ainda mais boquiaberto pelo completo desvio de assunto e parcialidade do Fantástico, com relação a opinião da massa negra brasileira indignada com essa campanha baixa de mal gosto. O que ficou mais explícito foram os 100% de pessoas brancas que responderam à reportagem em apoio à campanha besta criada por Neymar. Nenhum negro, nenhuma negra, ninguém de cor preta topa aparecer comendo banana e sendo ridicularizado, rebaixado em sua condição humana, só essa galerinha pseudo-intelecto seja lá o que for. Não entenderam nada. Relativizam o racismo e reforçam preconceitos de forma dantesca. E prestam suas celebritices ao desserviço de piorar ainda mais a campanha, que agora veio a público, nada espontânea da empresa de publicidade que fez o bobalhão do Neymar pousar com seu filho branco comendo banana.

Coisas que ficam cada vez mais claras: publicitário tem que ter mesmo aulas de Direitos Humanos nas faculdades gente. Pelo amor de Jah!!!! São capazes de encantar muito mas quando dão fora são capazes de reforçar estereótipos e colocar um monte de gente nessa frequência, e gente de calibre grosso. Anos e anos de luta dos negros e negras brasileir@s para rechaçar este tipo de raciocínio maléfico, lutas e lutas por ações afirmativas de inclusão e me vem com essa? E a rede Bobo bem que podia mandar o Huck baixar a bola por lá e cessar com o assunto que só piora.

Algum alento me veio depois que o próprio Daniel Alves deu essa declaração ao Ibahia, que reproduzo enquanto título para ver se as pessoas entendem. Lázaro Ramos também deu a real sobre o processo. Gosto muito mais.

Ibahia mancheta: "Não gosto muito do #somostodosmacacos", diz Daniel Alves sobre campanha


Lázaro Ramos dá a real completando



terça-feira, 22 de abril de 2014

Justiçaria insana tem que ter fim: Olho por olho

Olho por olho... Quadro do CQC explica muito bem o que tem ocorrido por aí

JUSTICEIROS PROVAM DO PRÓPRIO VENENO: VERDADE QUE DÓI
CQC mais uma vez surpreende e mostra por que essa tal "justiça" com as próprias mãos é ainda pior do que podemos prever! Numa encenação de situação em que um ator acusado de roubo começa a ser agredido, "justiceiros" se metem a querer matar o ator. Mas percebem que tudo pode ser ainda pior. Será que poderemos aceitar esse tipo de confusão? Direitos Humanos, como sempre, indispensáveis. Assista http://goo.gl/Li3Nl3

É esse ódio esdrúxulo e insaciável que nos cerca estapeando nossa tranquilidade diária. Um tal de Justiceiro que nos ronda, pior que em filme norte-americano, escolhendo quem merece ou não ir pra sacola sem sequer discutir, sempre preferindo os mais pretos, mais pobres, sempre rodeando as perifas nossas de nossos deuses e Orixás. Há bandidos por aí? Sim. Há crimes? Sim. Mas não justificam especialmente a morte de inocentes que se repetem pelas ruas. Quedo a me perguntar quando é que se perguntarão os tais metidos a justiceiros como é que resolverão quando a caça às bruxas retornar contra si mesmos? O que farão quando seus próprios pares forem acusados, esquartejados e trucidados em praça pública sem que possam eles intervir ao custo das próprias vidas. A que grau de insensatez levou a Revolução Francesa depois dos primeiros atos que de tanta bravura começaram a soar covardes. O que farão os justiceiros quando forem eles acorrentados nas paradas de ônibus, mortos sem sequer terem cometido qualquer pequeno delito que fosse. Como sobreviverão com sangue de inocentes nas mãos quando tiverem de responder a quem não se pode mentir.. E a si mesmos, o que dirão nas noites de horror que se sobrestarão?

Justiçaria tem de ter fim. Justiçaria portas do inferno. Mantenha distância.

Álbum Preta, de Leandro Morais é bom até

Desta feita, compartilho com vocês os sambas diversos de Leandro Morais, músico e compositor baiano radicado em Brasília que lança seu primeiro disco, o Álbum Preta. Entre a academia (sua formação em composição e regência na UFBA) e os sons do gueto que lhe embalam, Leandro nos provoca a entrar no universo feminino levado por suas musas de inspiração e vivências cotidianas entre os quereres e vivências de suas amadas. Além da música de trabalho que inspira, Preta, um convite ao casamento com essa amada que sabe o que quer, sugiro Lìria, canção que fala de um cara normal, que fez tudo certo, não sacaneiou ninguém, estava na fila do céu quando... ouça que é som bom demais, pra dançar, baixar e curtir. Ilustrações ainda ficam por conta do mestre Renato Moll, que dispensa apresentações, grafiteiro, artista plástico biodegradável e Vj. Muito bom.
 
 
 

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Agapop Eternidade: em memória ao Dj Agá, black samba soul e Buda ao mesmo tempo!


Agapop Eternidade
Do teu mano, Vinicius Borba

 
Gildo Antonio Alves, Agá,
seu codinome de samba
Como bom e velho bamba
Que não se deixa calar
 
 
Um surdo agora mudo
Um tantã, repique, tamborim
Um scratch na playlist
Tinha um poste no caminho, acabou tudo
 
 
Agá era daquele jeito
Malemolência carioca do gingado
Levava a Aruc no peito
Mas mantinha o bom do Black emaranhado
 
 
O bom som lhe guiava
Dava o tom da caminhada a cada take
O melhor quadro, câmera, luz, sem fake
Da vinheta a finalização o corte certo comandava
 
 
Um poço de paciência, a paz do Buda que o levava
Uma dor lhe perseguia,
um vazio sem complacência fulminava
 
 
De alguma inconsequência
Claro, todo mundo errava
Neste mundo sem decência
O capital que lhe apertava
 
 
Amizade teve todas as possíveis
Bonachão, amava muito seus filhotes
Coração de leão, sempre foi forte
Pra proteger sua prole, indivisíveis
 
 
Viveu as alegrias que teve para viver
Sofreu as tristezas que teve para sofrer
Sem jamais esmorecer de sua fé,
Manteve o juramento até o final de pé
 
 
Brasiliense nato calango
Filho do Cruzeiro Velho Candango
Manteve um sonho e uma utopia
De comunicador, tocando e vivendo
Proteger a humanidade contra covardia
 
 
Mas como ensinou o mestre, Leão que é leão
Não morre caçado ou de causas externas
É de dentro de sua’lma
Que parte a morte que lhe encerra
 
 
Seguimos agora teu juramento irmão
Que em nome de tua memória
E do porvir de teus rebentos
Faremos novo juramento
Para mudar toda essa história
 
 
Na Contra mão, no Sokasamba
Em tua Aruc ou tocando na Árvore
Teu som ecoa sem essa mancha
É a tua harmonia que nos invade
Antônio Gildo Alves
 
 
Aga Pop, nosso cumpade
Nos vemos eternamente por essas andanças
Em cada verso, em cada mantra
É o teu som que nos invade
 
 
Agapop Eternidade