Carlione Maria Ramos |
A vejo... no sopé da porta.
E penso se peço beijo,
Não peço, não posso.
Beijo não se pede, se rouba!
A vejo... num Sarau Alternativo.
E penso se tento a sorte?
Mas olho... Tem macho à roda.
E meço palmo a palmo a largura dos ossos...
Pois vai que o tal corno se incomode.. Hum!
Minha vida? O pouco que me resta?
Sempre tive o tal medo da morte
E mais vale um covarde vivo,
Que o herói presunto besta, no pacote.
A vejo, num Sarau da Tribo.
Até que o mosca véio... quase não varejeira...
Quase não varejeirava!
Mas tava todo no prumo,
As tranças trançadas, no rumo,
Daquela que então me bicava:
E zóia eu. E zóia ela...
E um tal de não sei qual foi
que inventei de ir na mesa mais perto da dela,
E soltar uma piscadela
Para ver se não tinha jeito.
Pra quê!??
Pois começa então
Aquele tal de forró,
Bom de agarrar e não mais ficar só.
Que fui me desavexar..
Pois já tava só o pó,
Mas não tinha a cara de chegar.
Tumei três quatro goro,
Foi que então eu me enfezei:
-- Agora eu chego nessa mulher!
E a ela me projetei.
E a cada passo que eu dava...
O intestino soprava (...)
E o frio me arrefecia.
A menos de um metro e meio do “rela bucho” do amor...
Sentei na cadeira outra vez.
O zóin dela chega entristece.
Pois não é que num só passe,
sua pele se enrubece
Enchendo de indignação
Me pega pela mão
Puxa para ralar... E disse:
--Bora dançar, Cabra frouxo!
Eu disse: -- Arrocha!
Bote a mexer os cachos
Que é hoje que eu tiro o atraso!
Pra quê?!
Pois foi no Riacho Fundo II,
Que fui confirmar minha sina.
Duas semanas depois lá estava,
Tão linda, tão bela, Dulcineia!
Num frevo dos cumpade comum,
Que abonam a nossa história.
E desde então é assim,
No susto do início,
Na certeza do agora,
Um sentimento que cresce no peito
E neste frenesi
Dos acontecimentos
é que a gente Se enrosca,
se ama, se namora.
E dou gritos a desvairada patuleia:
--Moças de meu passado próximo!..
Convivas da esbórnia e boemia.
A primeira dama... já está de posse!
Dulcineia, Dulcineia, Dulcineia!
E que venham os moinhos de Cervantes!
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