quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Sarau Enamorados, do livro Fora da Ordem

Carlione Maria Ramos
Por Vinicius Borba

 A vejo... no sopé da porta.
 E penso se peço beijo,
 Não peço, não posso.
 Beijo não se pede, se rouba!

A vejo... num Sarau Alternativo.
E penso se tento a sorte?
Mas olho... Tem macho à roda.
E meço palmo a palmo a largura dos ossos...
Pois vai que o tal corno se incomode.. Hum!
Minha vida? O pouco que me resta?
Sempre tive o tal medo da morte
E mais vale um covarde vivo,
Que o herói presunto besta, no pacote.

A vejo, num Sarau da Tribo.
Até que o mosca véio... quase não varejeira...
Quase não varejeirava!
Mas tava todo no prumo,
As tranças trançadas, no rumo,
Daquela que então me bicava:

E zóia eu. E zóia ela...
E um tal de não sei qual foi
que inventei de ir na mesa mais perto da dela,
E soltar uma piscadela
Para ver se não tinha jeito.

Pra quê!??

Pois começa então
Aquele tal de forró,
Bom de agarrar e não mais ficar só.
Que fui me desavexar..
Pois já tava só o pó,
Mas não tinha a cara de chegar.

Tumei três quatro goro,
Foi que então eu me enfezei:
-- Agora eu chego nessa mulher!
E a ela me projetei.
E a cada passo que eu dava...
O intestino soprava (...)
E o frio me arrefecia.
A menos de um metro e meio do “rela bucho” do amor...
Sentei na cadeira outra vez.

O zóin dela chega entristece.
Pois não é que num só passe,
sua pele se enrubece
Enchendo de indignação
Me pega pela mão
 Puxa para ralar... E disse:
--Bora dançar, Cabra frouxo!
Eu disse: -- Arrocha!
Bote a mexer os cachos
Que é hoje que eu tiro o atraso!

Pra quê?!

Pois foi no Riacho Fundo II,
Que fui confirmar minha sina.
Duas semanas depois lá estava,
Tão linda, tão bela, Dulcineia!
Num frevo dos cumpade comum,
Que abonam a nossa história.

E desde então é assim,
No susto do início,
Na certeza do agora,
Um sentimento que cresce no peito
E neste frenesi
Dos acontecimentos
é que a gente Se enrosca,
se ama, se namora.

E dou gritos a desvairada patuleia:
--Moças de meu passado próximo!..
Convivas da esbórnia e boemia.
A primeira dama... já está de posse!
Dulcineia, Dulcineia, Dulcineia!
E que venham os moinhos de Cervantes!

Pois sou poeta, do livro Fora da Ordem

Arte capa: George Gregory
Por Vinicius Borba

Pois sou poeta rapaz,
Nunca que ninguém lhe disse?
Poeta de rua, poeta da noite,
Da favela, da taverna
contra o açoite, de tantos outros como eu

E em tempos de fim de mundo
Apocalipses pré-colombianos
Antes de entrar em paranoias
Fiz foi trazer duas joias
Pra poder logo com tudo

Trouxe foi duas meninas ao mundo
Enquanto covardes diziam:
-- Olha a crise! Olha a bolsa?!
Lá estava eu fazendo menino, sem medo da calvície
Pois sou poeta rapaz, nunca que ninguém lhe disse?

Que se tem coisa melhor
Que trazer menino ao mundo
Nunca que vi, nem to pra essas mesmices

E trouxe logo foi duas gatinhas,
Que foi pra passar a régua
Manu e Milena, meus dois melhores poemas

Se algo de fato me assusta? Para com o futuro de minhas crias??
Hum, vejamos...
Pode a bíblia estar certa...?
Não!
Podem os Maias estar certos??
Não, não, não.
Pode o InriCristo estar certo?
Nããããoooo!

Tudo que sei é que,
Se tenho algum medo por minhas crias
Por minha prole querida
É que o mundo não mude
É que jornalistas não furem seus chefes e edições
Que professores não amem suas profissões
Que nós da favela nos matemos,
antes de enfrentar os patrões

Que cada poeta em seus corações
Se neguem a gritar seus versos
Se neguem a riscar verdades cruas
Que junto ao povo não invadam as ruas
E tomem a unha o que lhe é de Direito
Por que liberdade conquistada
É o único caminho
Pra quem tem espírito de luta
E se com papel e pena
Fazemos nossa labuta
Então que se grite
E pras novas gerações registre e ensine
O peso de nosso fardo, missão, sacerdócio, calvície
Pois sou poeta rapaz! Nunca que ninguém lhe disse

Não me representa, poema do livro Fora da Ordem

Por Vinicius Borba, no livro Fora da Ordem

Não me representa foi o grito
Das ruas de martírios
Sob fogo, bombas, tiros
Una voz a ecoar

Na difícil unidade
Tantas gentes, multidão
Manipulada por maldade
Promoveu a confusão

Elegeu fruto do medo
Um Congresso reação
O mais mais desde os milico
Muito menos representativo

Vou dizer o que eu sinto
O que não me representa
Vou lembrar porque gritei
Em junho de nosso alerta

Não me representa o pastor que guia lobos
Que se diz fiel em Cristo
Endemoniza o inimigo
Mantendo conta na Suiça
Abraçado em traficante
manda expulsar mãe de santo
Lavando dinheiro do dízimo
Manipulando a boa fé,
rasgando o Livro
E destruindo o que restou da política
Não me representa
o coronel falso moralista
Que deixou alta patente
Por ter grupo de extermínio
Por assassinar minha gente
Pelos becos e vielas
Diz que bandido bom,
é bandido morto
Mas quando defende
a indústria da guerra
Que lhe paga palanque e verbas
Nunca fala das seqüelas
Nunca paga o tanto de velas
Acesas por becos e vielas
Pra velar seus concidadãos
Mais de 50 mil irmãos,
todos os anos
Genocídios comandados
Por seus gabinetes Comandos

Não me representa
o gabinete do Doutor
Que aliena minha saúde
Que depois corta
meu plano de morte
Sem pensar em nossa dor
Que precariza o público hospital
E perdoa a baita multa
das empresas no final

Não me representa o sonegador
Que exige Estado Mínimo
E que se fodam
os direitos dignos
Terceirizam,
precarizam o trabalhador
Desde que seu lucro
esteja sempre garantido

Não me representa
o coronel de gravatas
Que deixa as fazendas e vacas
Pra pregar que sua produção salva vidas
Mas por trás
forma milícias
Para matar índio inocente
Persegue como cães os parentes
Pra exportar nossas feridas

Não me representa
esse ódio raivoso
Contra as lutas populares
Que há anos promovem justiça
Por direitos basilares
Renegam as nossas conquistas
Acusam de terroristas
Por termos um ideal
Reclama que paga imposto
Enquanto trabalhador  rói o osso
De seu luxo capital


Não me representa
o jornalista valente
Que ao povo diz que defende
E ao som de gritos fortes
De teatro em frente à câmera
e alguns fricotes
Promover o ódio pretende
Prega alto o olho por olho
E com todo mundo caolho
Exige dente por dente

Essa tal plutocracia
Está mais para inferno astral
Mas já sei o que tem que acabar
Que os liga
e destrói toda gente
É o financiamento empresarial
É o investimento eleitoral
Que compra até o presidente
É pensar que empresa vota
Como se fosse consciente

Empresa que doa
só pensa lucro
Mas pra quem quer
mudar isso tudo
Tá decidido e sustenta
Já chega de covardia
Quero mais democracia
Horror às oligarquias
Isso não nos representa

terça-feira, 13 de outubro de 2015

Vice-Treco do Sub-troço: Você sabe com quem está falando?

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Vinicius Borba poetiza no programa Põe Azia nisso, TV Web

Num entrevista super descontraída, regada de muita poesia, relendo Gog, Tico, Ferreira Gular e tantos outros Vinicius Borba e Anand Rao trocaram ideia e poesia na 9ªdição do programa Põe Azia Nisso, veiculado pelo Portal Cultura Alternativa. Agitador periférico, Vinicius Borba bateu papo sobre sua construção enquanto poeta e vivente da resistência antifacista no Brasil, falou sobre o momento político e de sua trajetória enquanto artista e pai de família, seus amores e história.

Para Vinicius, sua verve de poeta surge em defesa dos direitos humanos e contra as injustiças sociais, mas segue nesse debate em favor da igualdade de direitos. Questionado sobre suas posições com relação às elites nacionais e a pessoas de outras classes sociais foi enfático ao defender o direitos de todos serem o que quiserem, desde que tenham respeito pelos direitos humanos. Assista ao debate e tire suas próprias conclusões, além e curtir muito da poesia de Vinicius Borba.

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Mentira tem perna curta

Por Vinicius Borba
As manifestações do dia 16 de agosto de 2015 tiveram uma ilustração que denuncia a real identidade de grande parte dos odiosos manifestantes travestidos de velhinhas e famílias de propaganda de margarina. A presença das crianças e um suposto clima de ordem não ilustra o real ideário higienista e facista que permeia a construção de extrema-direita destes protestos de natureza explicitamente golpistas.

A Revista Fórum prestou um verdadeiro serviço à Nação ao publicar matéria denunciando algumas das pérolas que demonstram de que é feito o imaginário dessa gente incoerente que supostamente combate a corrupção. ( http://www.revistaforum.com.br/blog/2015/08/os-dez-cartazes-mais-inacreditaveis-do-1608/ ). Explícitas apologias ao assassinato, à repressão violenta contra a liberdade de ideais no país e opções políticas, além de uma clara demonstração de ignorância de parte das fileiras de torcedores da CBF, digo.., da seleção brasileira, digo.., defensores da pátria contra a corrupção de um único partido.

Estarrecido, li os cartazes que defenderam a volta de Sarney, o magnânimo eterno coronel de cujo coronelato foi defenestrado com seu secto nas últimas eleições, após 50 incansáveis anos de formação da cena que aí está, um verdadeiro arquiteto do "maldito jeitinho" impetrado em nossa política e do modus operandi tão criticado pelos anti-corrupção. Um verdadeiro símbolo.
Inacreditável é a desfaçatez com que alguns, ou muito desinformados ou realmente mal-caráters que permeiam estas mobilizações, construiram a defesa de um dos mais ilustres envolvidos na Operação Lava-Jato, o atual presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Antigo mutreteiro-mor das praças de poder cariocas, representante do empresariado e das campanhas milionárias compradas em troca de influência no Congresso Nacional, foi defendido com a declaração de insanidade pública: "Não adianta isolar e calar o Cunha: somos milhões de Cunhas. Chega de Negociatas e corrupção. Impeachment Já", sustentava a faixa, que ninguém teve coragem de apresentar, sendo assim amarrada a um portão qualquer. Um estupro à lógica mínima ou à mínima interpretação das milhares de reportagens que ilustram a trajetória e a construção política de um quase biônico representante do pior da política brasileira. Um tipo sem ideologia, eleito com base em uma suposta religiosidade manipuladora das massas de fiéis incautos, como também da compra de mandatos por parte das elites empresariais da nação, para garantia de emendas parlamentares e enormes licitações que depois reproduzem a corrupção.

Poderíamos até inferir que isso seria obra da própria equipe do mesmo, ou do partido de que se origina. Mas a falta de censura por parte dos "combatentes da corrupção" que frequentaram tal ato já demonstra que não há qualquer forma de coerência que justifique crédito à um tipo de "protesto" como estes.

Não satisfeitos, participantes também defenderam, ou pelo menos se omitiram a censurar e combater, a violência como meio de prática política de repressão, com tortura e assassinato, demonstrando a natureza brutal, agressiva e deletéria para a construção de um país democrático que estas manifestações coxinhas trazem ao Brasil. A defesa explícita de cartazes, como o da senhora de cabelos brancos, questionando "porque Dilma não foi enforcada no DOI-CODI" durante a ditadura ilustra a origem do mal.


Desejar o enforcamento de alguém demonstrou o mais sombrio retrato do facismo semi-integralista que toma as ruas, quase aos gritos de Anauê, num ufanismo falso-moralista, que combate um inimigo único violentamente para destruir quaisquer projetos democráticos e populares de poder. Outra senhorinha, em Belo Horizonte, ostenta cartaz questionando porque não mataram "todos" ainda durante o regime civil-militar. "Todos" provavelmente se refere aos militantes progressistas do Brasil, socialistas democráticos, libertários ou comunistas, e de tantas outras denominações que fujam a seus padrões conservadores de politicagem. Ou seriam aos milhares de trabalhadores e trabalhadoras como as que marcharam lembrando Margarida Alves na última semana na Esplanada? Ou estariam decretando a morte dos milhares de usuários de Bolsa Família do Brasil que deixaram a fome? Ou seriam os milhares de jovens pobres que alçaram voos nas faculdades federais brasileiras? Ou seria a morte dos jovens negros assassinados diariamente nas favelas brasileiras pela polícia treinada pela Cia? Isso tudo associado a inúmeros pedidos de retorno da ditadura civil-militar.

Realmente a falta de uma Comissão da Verdade imediata, durante o período de redemocratização demonstra agora seus efeitos mais nefastos, com o esquecimento proposital de toda a corrupção que foi sedimentada no país durante os anos do regime.

Mas o que mais deveria chamar atenção dos trabalhadores e trabalhadoras iludidos, que estejam tomando parte nestes atos, é o cartaz que reafirma, num português mal acentuado, a ideia clássica dos liberais e ricos do mundo de que gerenciam governos e Estados pois são os mais capazes. Como se o objetivo não fosse, de forma patrimonialista, manter seus contratos com o próprio governo que gerenciam. E assim enriquecer mais. Dizia o cartaz do senhor que preferiu esconder o rosto, com alguma razão: "Pais sem corrupção é pais onde rico manda, pois rico não precisa roubar". Uma espécie de cinismo mórbido, meritocrático, não sabemos ao certo se por inocência ou estupidez que toma conta de muitos dos participantes destes atos.

Ora, se tal máxima fosse verdadeira, teríamos governos aristocráticos e burgueses puros, de enorme força e pureza moral dos ricos que por 500 anos geriram o Brasil, até 2002. A história demonstra completamente o contrário, desde o assalto ao Banco do Brasil de Dom João, até a venda inexplicável da Vale para uma multinacional a preço de bananas por parte de FHC. Este barato nos saiu caro demais, não só em termos financeiros, mas de soberania em minérios. Como defender o Brasil defendendo teses que entregam nossas riquezas estratégicas a outros países? A isso chamamos entreguismo, prática recorrente de partidos como o PSDB, de Aécio e Serra, que agora tentam entregar nosso petróleo ao capital internacional, enquanto o Pré-Sal bate recordes.

Se a massa de trabalhadores brasileiros não buscasse sua força e o poder, jamais teríamos visto a inclusão de 7 milhões de universitários no país como hoje vemos, com esperança aos milhares. Mesmo com alguma limitação nas vagas do FIES na última etapa, foram milhares de vagas que se abriram, isso é indiscutível. Caso haja dúvidas dêem um Google. Se ainda restar dúvidas, vão às universidades e centros universitários e chequem quantos são @s bolsistas e cotistas incluíd@s, um@ a um@.

Realidade totalmente contrária que demonstra o quanto, nos cargos de poder, os ricos seguiram reinando somente para os seus, séculos afora, até a chegada do tão criticado Partido dos Trabalhadores (PT) ao poder pelas mãos de Luis Inácio Lula da Silva. Lula e suas gestões foram, inclusive, muitíssimo criticadas, como até hoje o são, pela conciliação de classes, por aceitar gerenciar democraticamente a composição de ministérios com clássicos políticos de origem da elite brasileira. Processo cada vez mais viciado que agora abala o Governo dos próprios trabalhadores. Dúvida eterna, se seria democraticamente possível governar com sucesso para os mais pobres sem a presença dessa mesma burguesia que criou a máquina e seus vícios pela compra de mandatos com o financiamento empresarial de campanhas, fonte original de corrupção, que segue aturdindo a democracia brasileira.

Se não criticam a fonte do mal, não venham exigir de um único partido que seja o perfeito da novela. Enquanto não houver isonomia de condições de disputa não há que se exigir de ninguém essa pureza. Isso é outra falácia desta desonestidade intelectual que ofende ao Brasil como um todo.

Como lembra o ditado, pior cego é o que não quer ver. Problemas no PT ou em quaisquer partidos no atual sistema político brasileiro e corrupções pelo sistema de financiamento empresarial de campanhas seguiremos debatendo, combatendo e corrigindo, isso é democracia. Mas jamais conseguiremos entender um ufanismo cego que exalta os símbolos da corrupção e da tortura, do princípio facista de pureza dos ricos e dos olhos fechados contra o patrimonialismo dessa mesma classe.

Não podemos aceitar o fogo centrado sobre o único Partido que já realizou alguma distribuição de riquezas e poder por meio das oportunidades no país, beneficiando inclusive a essas mesmas classes altas, sem esquecer porém os que mais precisam e as regiões mais afastadas, regionalizando desenvolvimento. Não aceitaremos esse estratagema pelo preço que pagam todos os demais partidos e a própria democracia, que deve ser valor máximo dessa nação como de todas as nações do mundo. Não uma democracia de enfeite, ao sabor das vontades estadunidenses ou de alguma potência hegemônica de plantão, mas da soberania e da autodeterminação dos povos.

A inversão de valores de que essa gente é capaz os coloca cada vez em maior constrangimento. Fato facilmente constatado pelo esvaziamento dos atos públicos realizados. Mentira tem perna curta.

sábado, 16 de maio de 2015

Sidney Cerqueira, pintor guineense de ‘Realismo Espontâneo’expõe suas obras em Brasília

Exposição “Olhares” acontecerá paralelamente na Câmara Legislativa e no SESC Ceilândia
 
A Capital Federal é o próximo destino de Sidney Cerqueira, artista plástico internacional de Guiné-Bissau nascido em Portugal, o único da lusofonia que pinta o estilo “Realismo Espontâneo”. Sua exposição “Olhares” será lançada em dois lugares simultaneamente: na Câmara Legislativa e no SESC Ceilândia, com abertura no dia 19, às 19h, e no dia 20, às 14h, respectivamente. A exposição é fruto de um olhar crítico do artista sobre o mundo ao redor, seus encantos e desencantos, através de vários pares de “olhos” emoldurados por rostos expressivos.
 
Nesta exposição, assim como em todas que o pintor já realizou, há uma combinação de cores, estilo e responsabilidade social. As telas de Sidney Cerqueira são marcadas por cores vivas e um domínio técnico de desenho e combinação de pincéis e espátulas característicos. Além da beleza, sua arte também chama a atenção para questões sociais, como a violência doméstica, abuso de menores, xenofobia, entre outros.

 
É nesta base que, para Sidney, expôr no Brasil é além de um sonho uma missão. Isso porque, ao longo de sua carreira, tem desenvolvido, simultaneamente às suas atividades artísticas, ações sociais através do projeto “Cores da Esperança” – uma iniciativa itinerante por meio da qual o artista, preocupado com a situação da infância no mundo, monta oficinas de pintura para crianças e expõe coletivamente com elas.
 
As obras de arte dos mais novos são trocadas por materiais didáticos que posteriormente são entregues às instituições de acolhimento de crianças em situação de vulnerabilidade social. “O mesmo projeto já foi implementado em Cabo-Verde, Guiné-Bissau, Portugal e Senegal e agora é a vez no Brasil”, adianta Sidney Cerqueira, visivelmente motivado para a realização do próximo atelier infantil.
 
Sobre Sidney Cerqueira
 
Quase recém-nascido, o artista foi levado para Guiné Bissau, onde viveu durante a infância e parte da juventude. Mudou-se para Portugal aos 20 anos para concluir o Ensino Médio e vive em Lisboa desde o ano 2000. Iniciou suas atividades como artista plástico em 2004 e desde então vem conquistando o mundo com as suas obras de arte.
 
Apesar de se dedicar às artes plásticas, Sidney tem uma base de formação ligada às letras. Vem de uma família de tradição intelectual tanto do lado materno quanto do lado paterno, apreciadores e fazedores de arte, nomeadamente música, quadrinhos, literatura, cinema, teatro, dança, entre outros.
 
Depois de experimentar várias técnicas, que vão desde o carvão ao óleo sobre tela, Sidney é hoje o único artista plástico da lusofonia que faz 'Realismo Espontâneo', estilo criado pelo conceituado artista plástico Voka. Com apenas onze anos nas artes plásticas, Sidney tem uma sólida e reconhecida carreira dividida entre a Europa e a África Ocidental.
 
O artista já realizou cerca de 40 exposições individuais e coletivas, entre as quais destacam-se "Dak'art 2014" no Senegal, Galeria do Teatro Municipal da Guarda em Portugal, e LuxExpo 2014  em Luxemburgo.
 



 
Serviço
 
Exposição "Olhares", de Sidney Cerqueira
 
Câmara Legislativa do Distrito Federal - De 19 a 29 de Maio
Abertura dia 19 de Maio às 19h
Endereço: Praça Municipal, Quadra 2, Lote 5, Edificio 7 – Foyer do Plenário 
 
Centro de Atividades SESC Ceilândia - De 20 a 30 de Maio
Abertura dia 20 de Maio às 14h
Endereço: QNN 27, Área Especial, Lote B – Hall da entrada principal
 
Mais informações:
 
Vinicius Borba: (61) 8551-1075
Júlio António Aponto Té: (16) 9813 -29047