Chora o choro de Brasília. A capital que viu seu movimento de músicos resistentes do choro fortalecer ainda sob a censura da ditadura militar (1964/85), escondido, quase clandestino nos apartamentos do Plano Piloto, e sair às ruas para o grandioso Clube do Choro, perdeu na noite de quarta (14/09) mais um mestre da música brasileira: Alencar Sete Cordas. Apesar da partida deste plano, o mestre faleceu como viveu: Em plena noite de choro, pouco depois de tocar, certamente pelo êxtase da música. Que sua memória e arte possa nos tocar em cada acorde dos chorões da capital, vida eterna a Alencar Sete Cordas. 
Vídeo do Mestre Chorão Alencar Sete Cordas
Iniciou sua carreira como  violonista de forma autodidata, passando a tocar guitarra em conjunto de  baile na  década de 60. Em 1971, veio residir  em Brasília, onde  participou ativamente do ambiente do choro desta cidade. 
Em  1977, foi um dos fundadores do Clube do Choro de Brasília juntamente com   Odeth Ernest Dias, Waldir Azevedo e Pernambuco  do Pandeiro.  Participou durante 25 anos como violonista de 7 cordas no Clube do Choro  de Brasília, tendo acompanhado instrumentistas famosos da música  popular instrumental brasileira dentre os quais: Altamiro Carrilho,  Paulo Moura, Dominguinhos, Sivuca, Déo Rian, Joel Nascimento, Hermeto  Paschoal, Sivuca, Dominguinhos, Osvaldinho, Nivaldo albuquerque,    Laércio de Freitas, Antônio Adolfo, Leandro Braga, Gilson Peranzeta,  Sebastião Tapajós, Zé Menezes, Turíbio Santos, Marco Pereira, Paulo  Belinatti, Paulo Moura, Zé da Velha e Silvério Pontes, Paulo Sérgio  Santos, Proveta, Carlos Malta, Altamiro Carrrilho, Carlos Poyares, Odeth  Ernest Dias, Plauto Cruz, Ronaldo do Bandolim, Jorge Cardoso, Hamilton  de Holanda, Izaias do Bandolim, Déo Rian, Joel Nascimento, Armandinho  Macedo, Waldir Azevedo, Henrique Cazes, Maurício Heinhorn e Avena de  Castro.
Desenvolve intensa atividade como professor de violão  de 6 e 7 cordas, onde compartilha e forma novos alunos destes  instrumentos. De 1998 a 2003, foi professor pioneiro de violão 7 cordas  na da Escola Brasileira de Choro Rafael Rabello juntamente com Hamilton  de Holanda, Jorge Cardoso, Evandro Barcelos, saindo em seguida, para  fundar sua própria Escola. No período de 1998 a 2002, também ministrou  aulas de Violão e harmonia na Escola de Música de Brasília, com  direcionamento à Música Popular Brasileira. Neste período, durante sete   anos seguidos (1998 a 2005), foi professor do Curso Internacional de  Verão de Brasília promovido por esta escola.
Como violonista  acompanhou cantores famosos da música brasileira como Sílvio Caldas,  Cartola, Clementina de Jesus, Moreira da Silva, Paulinho da Viola e  Elton Medeiros. 
Gravou diversos discos pela FENAB, dentre os  quais “Chorando Callado” Volumes 1 (1981) e 2 (1991) e  “Aos Mestres Com  Ternura” (1987) e o CD “Choro Livre”. Nestes trabalhos, buscou-se o  resgate e a divulgação de parte do significativo acervo da Música  Popular Brasileira  instrumental desde o século XIX.  
Em  janeiro de 2011, participou como professor de harmonia  e  prática  de   Conjunto, da 29ª Oficina  de Música em Curitiba. Na ocasião, desenvolveu  sua metodologia de ensino direcionada à percepção mediante  probabilidades  denominada: “Árvores Harmônicas”. Esta concepção de  ensino baseia-se na praticidade e funcionalidade no desenvolvimento de   um raciocínio lógico sobre encadeamentos harmônicos.