sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Racista paga indenização. Assita o vídeo Blue Eyes

Ele vai pagar. É um tanto quanto desconexo ver que alguém no Brasil finalmente vai literalmente pagar por práticas racistas. Foi determinado pela Justiça de Brasília uma multa de R$ 1.000 para um homem acusado de discriminação racial, ao afirmar para uma mulher negra, que "pessoas negras não deveriam utilizar elevadores sociais", definindo ainda a moça como "negra imunda". Apesar de não ser preso, o peso de uma primeira ação é realmente simbólica.

Além da questão da incoerência de ser racista num país como o nosso, miscigenado e diverso, ver que alguém, que humilhou outra pessoa pelo simples fato de ter a cor da pele diferente, negra, me alegra. Sou marido de negra, baiana, e minha filha é mestiça. Mestiça dos alemães judeus que deram origem a minha família materna, assim como dos indígenas Guarani Kaingangs do oeste gaúcho, que compõe a matriz de minha família paterna. Mais mestiça ainda pelas misturas dos Borba (portugueses) que compõe minha ávore genealógica, e mesmo dos espanhóis Silveira que completam essa mistura tipicamente brasileira. Mas hoje me alegrei ao ler esta matéria.

Veja também, a sequência do vídeo pelo Youtube. Abaixo você ebncontra os links dos vídeos que compõe o documentário. É impressionante

Para quem ainda possa sofrer deste mal pequeno, mas amplamente difundido, relembre a simples, porém muito ilustrativa experiência da professora Jane Eliot. Assista o vídeo que postei abaixo, o documentário Blued Eyes (Olhos Azuis), e entenda melhor a perversa lógica da discriminação racial. Isso fica explícito pela fala de jane no início do vídeo, em uma palestra para um auditório cheio de pessoas norte-americanas e brancas. "Quem de vocês gostaria de sofrer as situações por que passam os negros se levante por favor", e como ninguém se levantou, ela reiterou o questionamento, "vocês não ouviram, quem de vocês gostaria de sofrer as situações por que passam os negros neste país, se levante por favor", e, percebendo que ninguém de  fato queria aquilo, ela respondeu, "pois então, como vocês podem ser capazes de aceitar que algum outro ser humano passe pelos horrores que eles sofrem", disse a professora Jane Eliot.

A teoria que a professora discute em seu estudo, é o discutível princípio científico que baseou os estudos bizarros do médico alemão Josef Mengele, que deram base para as teorias de raça pura de Adolf Hitler na Alemanha dos anos 30. Mengele afirmava que as pessoas com olhos azuis eram de classe superior, arianas, enquanto as demais de olhos escuros (negros e demais miscigenações) seriam raças inferiores a serem subjugadas pelo Estado Nazista.



A professora Jane Eliot, se baseou neste princípio, e realizou um estudo com várias pessoas nos Estados Unidos, contratando várias pessoas brnacas para passar por situações de racismo, sendo hostilizadas por pessoas negras ou mestiças, latinas e de outras origens, para demonstrar como pode ser terrível passar um dia sofrendo estas violências. De uma forma muito simples, Jane demonstra a simples lógica de que, se num dia uma pessoa sofre com tais agressões psicológicas, como seria passar uma vida neste regime velado de repressão. Racismo nunca mais.




Do ClicaBrasília com informações do TJDF: Vítima de agressão verbal por racismo será indenizada

Decisão unânime da 2ª Turma Recursal dos Juizados Especiais reformou em parte sentença proferida pelo 1º Juizado Cível de Taguatinga para majorar o valor da indenização a ser paga a uma vítima de racismo, diante da ofensa moral sofrida. Não cabe recurso no TJDFT.

A vítima ingressou com ação, afirmando que estava, juntamente com uma colega, no elevador do prédio onde trabalha, quando foi ofendida moralmente pelo réu com xingamentos referentes à sua raça. Embora o acusado negue a autoria dos fatos, testemunha confirmou que este teria se indignado com a presença delas no local, ao que teria dito: "essas negas querem usar o elevador social", tendo acrescentado, ainda: "não sei para que negro existe, esses negros imundos".

Claro, portanto, que a autora foi alvo de palavras ofensivas, gerando fato vexatório e humilhante ocorrido na presença de terceiros, sem sequer ter dado causa ao lamentável episódio. Diante disso, a juíza ensina que "Existe ofensa à honra subjetiva sempre que alguém é injuriado nessa direção, por palavras e atos ofensivos".

O posicionamento foi mantido pela instância recursal, que citou jurisprudência do próprio TJDFT para ratificar a decisão, diante do entendimento de que o réu proferiu contra a autora palavras denegrindo a raça da vítima e ainda mostrou-se revoltado com o fato de a autora estar utilizando o elevador social do prédio.
 
O réu deve arcar, ainda, com os honorários advocatícios referentes ao processo.
Fonte: TJDFT

Assista os vídeos no You Tube do documentário
Blue Eyed - De Olhos Azuis

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